quinta-feira, 22 de abril de 2010

Morte em vida Severina


Rosa Pena

Cara (dispendiosa) Receita Federal.

Como muitos dos brasileiros estou revendo minha declaração de Imposto de Renda tentando entender os porquês de ter tido minha grana confiscada e não conseguir minha restituição de forma legal. Será que o responsável pela malha fina é o verão, ainda que por conta do efeito estufa o frio vai e volta? Prefiro uma grossa que poderia comprar em saldos de balanço se tivesse minha bufunfa de volta.

Dentre os recibos e papéis guardados, encontrei um BO dos meados do ano passado, onde relatei a ocorrência de furto na minha residência. Foram levados TV, som, vídeos, jóias, jaquetas e etc. Não levaram minha sogra como forma de indenização. Com isto tive só e mais prejuízos, pois instalei um sistema de alarme, comecei a pagar o monitoramento de meu prédio, comprei dois cães de guarda (comem Bonzo adoidado), além de sentir que roubaram definitivamente meu sossego. Hoje não consigo mais sair de casa ou ficar nela sem chateação. A danada (sogra) adora a Globo, portanto sobrou-me ouvir plim-plim e ver o BBB com o Bial, que fere a lei 6.683/1979 de 28/08/1979, onde foi concedida anistia plena. Tortura nunca mais!

Procurei de todas as formas descontar os meus danos na declaração, mas, para a minha surpresa, estas formas de redução da minha renda não são possíveis de declarar. Queria apenas ser ressarcida dos bens palpáveis, pois aquilo que feriu meu direito de cidadã não tem mais volta, apenas o tempo e uma terapia amenizam o trauma, porém da terapia desisto, pois análise não é aceita como tratamento de saúde em nenhum plano de "doença", que dirá no SUS.

Se pânico ainda não é enfermidade e sim mal da modernidade, cagaço dos “Beira-Mares”, vai demorar muitíssimo a ser. É contemporaneamente conveniente esquecer! De forma particular não posso arcar com tratamento, a fonte levou, quer dizer secou, e mesmo que arrumasse um bico como quase toda a população, (je vie de bec) e tentasse pagar, depois não teria como deduzir do IR, visto que minha psicóloga não fornece mais recibo, pois está tentando comprar outro carro, o dela foi roubado e achado numa DP sem os pneus. Os policias também “je vie de bec” numa borracharia bem próxima à delegacia. Doutora Selma, a terapeuta, virou de vez uma profissional liberal sem carteira, dentro do esquema de bec. Atualmente tem uma farmácia de manipulação onde manipula nosso estresse.

Aguardo uma resposta como devo proceder para declarar as lesões monetárias que levei, as não monetárias são indeclaráveis disso bem sei, pois quando tenho imposto retido dizem que parte dele vai para minha segurança e saúde, que é dever do Poder Público. Quero dividir o meu gasto privado forçado (fodida e mal paga), aliás, não quero pensar que minha cidadania é que foi para a privada forçada.

Em caso negativo, não ter isenção, vou me sentir duplamente lesada, pois a parte que lhes cabe neste latifúndio foi ainda maior do que a levada pelos amigos do alheio.

Abraços!

De mais uma Severina.

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Rosa Pena (Rio de Janeiro-RJ). Professora e administradora de empresas. Especialista em recursos audiovisuais e artes cênicas. Trabalhou na Divisão de Multimeios da Educação na Secretaria de Educação e Cultura do Rio de Janeiro, com projetos ligados a cinema, teatro, música e literatura. Compulsiva para ler e escrever, considera a Internet a grande biblioteca contemporânea. Tem livros virtuais publicados e quatro livros editados no papel: Com licença da palavra, antologia do grupo Pax Poesis Encantada (2003), PreTextos, seu primeiro livro solo, onde reúne crônicas e contos de sua autoria (2004), na sequência UI! (2007) e Tarja Branca (2010). Mais em seu site: http://www.rosapena.com/

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Ilustração: AIPC – Atrocious International Piracy of Cartoons

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