terça-feira, 29 de junho de 2010

Hoje, cada um faz o que quer com a palavra “terrorismo”



Glenn Greenwald, Salon

Já escrevi incontáveis vezes sobre o quanto “terrorismo” é a palavra mais manipulada e mais sem sentido do léxico político contemporâneo.

A melhor demonstração dessa dinâmica é o trabalho de Remi Brulin, do New York Times, que documentou o modo como os governos e a mídia ocidentais têm usado as palavras “terrorismo” e “terrorista”, sem qualquer consistência e ao sabor dos interesses do dia. Um dos principais riscos da decisão da Corte Suprema sobre liberdade de expressão, no Humanitarian Law Project – segundo a qual o governo passará a poder limitar os direitos dos cidadão à proteção da Primeira Emenda, no caso do discurso político que designe os grupos terroristas – é que “terrorismo” significa qualquer coisa que o governo dos EUA diga que significa. Criaram a lista sem fim dos grupos terroristas e o fizeram sem qualquer critério, sem qualquer mínimo cuidado. Isso, porque a palavra é tão mal definida e tem sido tão manipulada, que, hoje, já praticamente nada significa – ou significa qualquer coisa.

Ontem, encontrei exemplo perfeito e altamente ilustrativo dessa manipulação, ao ler a entrevista que a ex-ministra israelense Tzipi Livni concedeu ao New York Times. Depois de muito falar contra os terroristas que atuam em Gaza, Livni disse o que segue:

NYT: Seus pais são fundadores do Estado de Israel.

Livni: Foram o primeiro casal a casar-se em Israel. Os dois lutaram no [grupo] Irgun. Foram combatentes da liberdade. Conheceram-se a bordo de um trem britânico. Durante o Mandato britânico aqui, assaltaram um trem para conseguir dinheiro para comprar armas.

Se há grupo terrorista, ou algum dia houve, foi o Irgun. Em julho de 1946, o grupo explodiu (ação comandada pelo então futuro primeiro-ministro de Israel Menachem Begin) o hotel King David, quartel-general do governo britânico, matando 91 pessoas (o Irgun alagou que teria prevenido antecipadamente os britânicos, alegação que muitos oficiais britânicos já desmentiram). Israel e seus defensores adoram lembrar que a Autoridade Palestina deu a uma praça o nome de um terrorista. Mas insistem em não reconhecer que o primeiro-ministro israelense, em 2006, discursou em cerimônia para lembrar o ataque ao Hotel King David, ocasião em que descerrou uma placa comemorativa do ‘evento’ (a explosão). O Irgun perpetrou inúmeros ataques armados a estruturas civis, estações de trem, prédios do governo e pontes.

Dia 30/12/1947, o primeiro parágrafo do The New York Times dizia:

BOMBA DO IRGUM MATA 11 ÁRABES, 2 BRITÂNICOS. Bomba lançada por militantes da organização de judeus terroristas “Irgun Zvai Leumi”, de um táxi em grande velocidade, matou 11 civis árabes e dois policiais britânicos e feriu pelo menos 32 árabes junto à Ponte Damasco em Jerusalém, mesmo local onde houve explosão semelhante há apenas 16 dias.

Relatando atentado organizado por Begin para assassinar o ministro alemão das Relações Exteriores, o London Times escreveu que o Irgun "usou táticas terroristas contra a ocupação britânica da Palestina”.

Àquela época, todos sabiam que os membros do Irgun eram terroristas. Mas há aquela época e há hoje. Bombas, assaltos e assassinatos, em ação contra o Estado, é “terrorismo”, se é ação de alguns grupos; e é “luta pela liberdade”, se é ação de outros grupos. Exatamente o que faz Israel, que justifica a mais extrema brutalidade e a mais feroz violência contra o mal-em-si que seriam “terroristas” e celebra os mesmos atos, como atos de “luta pela liberdade” se os terroristas são israelenses.

Tudo isso seria até tolerável, se não passasse de inconsistência de discurso. Mas se as guerras dos EUA são justificadas, as leis dos EUA são aplicadas e os direitos dos norte-americanos são cada vez mais restringidos, e tudo baseado na palavra “terrorismo”, é preciso considerar com muito mais atenção essa palavra, manipulada, sem sentido e usada para justificar todos os crimes.

Para ter certeza, basta ver a justificativa que Leon Panetta, diretor da CIA, apresentou ontem para o 'assassinato programado' de um cidadão norte-americano, Anwar Al-Awlaki, baseada exclusivamente na opinião do próprio Panetta de que o homem seria “terrorista” porque defendeu sua opinião, a de que os muçulmanos têm direito de combaterem contra os norte-americanos. Defender essa opinião – e qualquer opinião – é direito que a Constituição dos EUA garante a todos os cidadãos norte-americanos, inclusive a Anwar Al-Awlaki.

_____________________________________

Tradução: Coletivo Vila Vudu de Tradutores

Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

.

PressAA

.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Brasília Confidencial: Rio começa a construir nova linha do metrô


Clique na imagem para ampliar





.

PressAA

.

sábado, 26 de junho de 2010

A ficha de Dilma que a Trolha de Sampa sujou não entra na relação do TCU


Tribunal aponta quase 5 mil nomes para TSE vetar candidatura nas eleições deste ano


Por Redação - de Brasília

O Tribunal de Contas da União (TCU) enumera 4.922 pessoas que poderão ser impedidas de concorrer a um cargo político nas eleições de outubro por terem suas contas rejeitadas pelo tribunal que somam 7.854 condenações. Os nomes, divulgados nesta terça-feira, estão em uma lista elaborada pelo tribunal com as pessoas físicas que apresentaram irregularidades no exercício de cargos ou funções públicas nos últimos oito anos.

O número praticamente dobrou em relação à quantidade de declarados inelegíveis pelo TCU nas últimas eleições majoritárias, em 2006, quando 2,9 mil se encontravam nesta situação. Entre 2006 e 2008 o número aumentou pouco, com 3 mil gestores públicos apresentando problemas em suas contas. O presidente do TCU, Ubiratan Aguiar, acredita que o número subiu devido a uma maior agilidade do tribunal para julgar.

– Até o dia 31 de dezembro deste ano julgaremos todos os processos até 2009 que não estejam em grau de recurso. Isso pode ter colaborado esse aumento vertiginoso do número de pessoas que podem ser inelegíveis – afirma.

Aguiar planejava levar a lista com os 4.922 nomes ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, nas próximas horas. Os candidatos que não tiveram contas aprovadas pelo TCU têm até o dia 5 de julho para apresentar documentos relativos às contas analisadas pelo tribunal e regularizar suas situações para que possam disputar o pleito.

O TCU não tem competência para declarar candidatos inelegíveis, o que cabe à Justiça Eleitoral com base nos dados apresentados pelo tribunal.

Correio do Brasil

__________________________

Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

.

PressAA

.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Brasília Confidencial: Pesquisa CNI/Ibope aponta liderança da candidata de Lula

Clique na imagem para ampliar






.

PressAA
.



sexta-feira, 18 de junho de 2010

Brasília Confidencial


Clique na imagem para ampliar



.

PressAA

.

domingo, 13 de junho de 2010

Serra na convenção: "Eu não caí de para-quedas"


(Clique na imagem para ampliar)

Na convenção do PSDB, o candidato José Serra bradou: "Eu não caí de para-quedas", insinuando que Dilma teria caído no colo de Lula, que teria sido escolhida candidata à Presidência da República por apadrinhamento. Ele, Serra, quer distância do seu padrinho FHC, tem pavor do cara, faz de tudo para esconder seu relacionamento com o capo. Também, pudera, eles se conhecem muito bem entre si. (Assaz Atroz)

Governo tem esquadrão de militantes, diz Serra

Folha de S.Paulo

SALVADOR -- No lançamento oficial de sua candidatura à Presidência, o tucano José Serra fez ontem o seu discurso mais duro desde o início da pré-campanha, acusando o governo de "montar um esquadrão de militantes pagos com dinheiro público".

Na festa, que reuniu cerca de 8.000 militantes em um clube de Salvador, segundo a PM, o tucano disse que "essa patota corporativa" exerce uma "patrulha de ideias" para intimidar a oposição.

"Não tenho esquemas, não tenho máquinas oficiais, não tenho patotas, não tenho padrinhos, não tenho esquadrões de militantes pagos com dinheiro público", discursou.

Serra comparou, indiretamente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Luís 14 (1638-1715), rei da França no auge do regime absolutista.

"Luís 14 achava que o Estado era ele. Nas democracias e no Brasil, não há lugar para luíses assim."

Sem citar Dilma, Serra fez referências a ela. Disse, por exemplo, que não tem mal-entendido com o passado, numa alusão sutil à participação da petista em movimentos de guerrilha.

Criticou ainda a política externa do governo: "Não devemos elogiar continuamente ditadores em todos os cantos do planeta, só porque são aliados eventuais do partido de governo".

Em seu discurso, o ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves, disse que "o
país não precisa de "messias".

A reportagem apurou que muitos militantes receberam R$ 35 para ir à convenção.
Sob a tenda, filas de até 60 pessoas se formavam em frente a uma máquina que produzia montagens de fotos com o então ausente José Serra. No ano passado, a oposição tachou a mesma ideia de eleitoreira.

http://www.agora.uol.com.br/brasil/ult10102u750126.shtml


Serra usa estrutura do Estado após deixar cargo

Folha de S.Paulo

Quarenta dias depois de deixar oficialmente o governo de São Paulo, o pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, tem usado estrutura do Estado em sua pré-campanha, iniciada formalmente no último dia 10 de abril.

'Não há irregularidade'

O ex-governador, que transmitiu o cargo para o vice Alberto Goldman em 6 de abril, conta com policiais militares na sua segurança. Em São Paulo, ele e sua equipe têm ido a eventos em carros oficiais. Os agentes --policiais vinculados à Casa Militar-- também acompanham Serra em viagens pelo Brasil.

Os gastos com combustível e celular usados pela equipe de segurança também ficam a cargo do governo. Os profissionais de comunicação contratados para a campanha mantinham, pelo menos até sexta-feira, os mesmos números de celular de quando atuavam na assessoria do Palácio dos Bandeirantes.

Na última quarta-feira, 12 homens vigiavam a casa de Serra, no Alto de Pinheiros, na zona oeste da capital. O governo não informou o número de agentes que acompanham o pré-candidato, alegando "razões de segurança".

http://www.agora.uol.com.br/brasil/ult10102u735806.shtml

____________________________

Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

.

PressAA

.

terça-feira, 8 de junho de 2010

José Serra, o Escroto


Chico Villela

A grande mídia acusa os independentes de irresponsáveis. OK, vamos lá, vamos fazer como a Veja, assumir o papel de mau gosto: a partir de hoje, só me refiro a José Serra como José Serra, o Escroto.

A mídia right-wing do império, ecoada pelas mírdias (neologismo de péssimo gosto para mídias merdas) como a Folha, acusou Lula e Erdogan de neófitos e de pretensiosos por invadir espaços reservados aos grandes poderes. É algo similar que passa pela cabeça do candidato do PSDB ao declarar que o presidente da Bolívia, o estadista Evo Morales, é conivente com o narcotráfico.

José Serra, o Escroto, que se apresenta como o candidato da modernidade, arrasta um discurso arcaico sobre drogas e pretende, como tem anunciado, criar um Ministério da Segurança. Não compreendeu a verdade mais elementar que todos sabem, e que o extrema-direita Waltinho Bush mostrou mais uma vez ao mundo: a repressão isolada só faz aumentar o tráfico e subir o preço internacional da droga.

Uma abordagem compreensiva, que implique liberação clinicamente controlada das drogas com assistência clínica para os doentes (é o que são os consumidores compulsivos de drogas, qualquer droga, inclusive álcool) e extensa atividade permanente de educação, são parte da única saída eficaz. Mas a visão da extrema-direita e de José Serra, o Escroto insiste na repressão: assim, deixa território livre para que os lucros sustentem suas atividades.

De novo: José Serra, o Escroto, acusou o único estadista digno desse nome na América Latina, o indígena Evo Morales, que vem resgatando a grandeza milenar do seu povo indígena, de cumplicidade com o narcotráfico. Curioso: omitiu o colombiano narcotraficante Álvaro Uribe, já biografado. Mas Uribe é branco, tem cara de branco, é elegante nos seus ternos iguais aos de José Serra, o Escroto.

O candidato José Serra, o Escroto demonstra ignorância oceânica sobre o tema drogas. Age como se não soubesse que a produção de papoula (base de ópio, heroína, anestésicos etc.) voltou aos recordes mundiais (mais de 90%) no Afeganistão após a derrota do odioso Taleban, que a havia abolido, pela mão da Inteligência dos EUA que assumiu alianças com os warlords que exercem seu comando. E que hoje o Afeganistão dos EUA-Otan é também destaque na produção de Cannabis sativa (maconha: esse tema interessa a FHC, duplamente: como apóstolo internacional da sua liberação e como consumidor).

José Serra, o Escroto nunca ouviu falar da cumplicidade dos generais hondurenhos com a CIA e sua ala narcotraficante. Finge que o Estado criado pelos EUA-Otan chamado Kosovo não é um narcoEstado sabido e temido pelos governos europeus. Esqueceu do escândalo Irã-Contras e suas rendas do tráfico de drogas. Nunca ouviu falar de outros envolvimentos. Nem do velho Mike, respeitado autor. Não: o traficante criminoso é Morales, que, além do mais, é índio!

Nós, independentes, que atuamos fora da grande e respeitável mírdia, não sabemos usar linguagem diplomática, elegante e respeitosa ao tratar dos ‘grandes temas’ do momento. Eu até sei, aprendi com meu pai, e uso quando quero e tenho saco (viram como sei?), e já registrei vários textos nesta NovaE e em livros e em muitos endereços de internet aos quais os sábios das mírdias a serviço não respondem talvez por não compreenderem as suas totalidades (no plural, Otavinho: esqueça o “manual da folha”).

Mas como tratar com elegância e diplomacia alguém como José Serra, o Escroto? Não se pode chamar o candidato do PSDB de “calhorda” e “vigarista”: isto não é “bom jornalismo”. É gratuidade. Mas, a partir de hoje, podemos e devemos todos chamar José Serra de José Serra, o Escroto.

Para José Serra, o Escroto, é fácil atingir um índio: afinal, é um ser inferior, quase sub-humano, e pode ser impunemente acusado de cúmplice do tráfico: ora, o que se pode esperar de um índio, mesmo que seja chefe de Estado e do seu imenso povo? Será que José Serra, o Escroto teria topete e culhões (perdão, leitor!) para também chamar BHObama de assassino? E, no entanto, ele é: basta acompanhar suas decisões sobre guerras na mírdia.

Antes, José Serra, o Escroto já havia declarado que quer encerrar o Mercosul, que não tem sentido sair da órbita do grande capital, que são veleidades pequenas as pretensões dos BRIC e iniciativas diplomáticas como o Acordo Brasil-Turquia-Irã. E assim caminham o pensamento da extrema-direita nacional e a campanha de José Serra, o Escroto.

O que o candidato José Serra, o Escroto não sabe é que sua proposta política foi enterrada após longo velório com o encerramento do governo do seu guru FHC, que ele tenta esconder, com vergonha, até agora. E José Serra, o Escroto não conta para o público atento que seu guru FHC fuma maconha no quartinho dos fundos de sua casa e do país e da vida política internacional. Maconha é droga, e droga é coisa de índio!

A questão é José Serra, o Escroto talvez querer morrer, fugir da sua realidade de perdedor, de herdeiro do comando da direita nacional; logo ele, que foi presidente da UNE e exilado, diz ele, de esquerda. Se pudesse, José Serra, o Escroto gostaria de voltar o filme da sua vida. Mas agora é tarde. Agora, é tarde até para a irremediavelmente perdida dignidade de José Serra, o Escroto.

Adeus, José Serra, o Escroto! Até nunca mais, José Serra,o Escroto!

Pós-escrito 29/05: Serra continua bravateando contra o governo boliviano. Disse que não vale uma nota de 3 reais a declaração da chancelaria boliviana que contesta sua acusação indecente não provada nem documentada. A que interesses serve mesmo esse tipo de comportamento? O que há por trás disso tudo? Eis uma terefa para os jornalistas investigativos honestos das mírdias, como Mário Cesar Carvalho, da Folha.

Pergunto: Serra vai ou não vai encarar as denúncias contidas nos sites, portais e e derivações citados neste blog? Vai acusar Uribe ou não? Vai entender o que ocorre no Afeganistão? Vai se informar com os serviços policiais europeus sobre o narcoEstado de Kosovo? É fácil: basta contatar a Interpol. Ou vai ficar nesse feijãozinho-com-arrozinho latino-americano acusando um país indefeso? É um babaca covarde, apenas isso, o que não é pouco. E, afinal, vai ou não reconhecer que FHC fuma maconha?

NovaE

_____________________________

Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

.

PressAA

.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

BRASÍLIA CONFIDENCIAL: PT e Dilma repudiam ataque de Serra e do PSDB


Clique na imagem para ampliar







.

PressAA

.